O planeta terra
é um grande organismo vivo e se pudéssemos fazer uma analogia
das ações negativas causadas pelo homem ao meio ambiente,
podemos tranquilamente utilizar a idéia de um vírus atacando o
nosso corpo. O ser humano faz o papel desse vírus, pois cada
ação negativa que fazemos contra o planeta vai minando a saúde
desse organismo.
Os seres
humanos convivem com diversos vírus e bactérias durante toda a
sua vida. Alguns desses agentes causam apenas alguns
desconfortos ao organismo, mas há outros potencialmente
perigosos que minam a nossa resistência podendo levar o
indivíduo à morte. Nós não podemos enxergar o que ocorre
internamente, apenas sentimos, porém quando o nosso sistema
imunológico é atacado, acontece uma reação das defesas naturais
do organismo que travam uma luta voraz contra esses
microorganismos para debelar os ataques e restabelecer a saúde
do corpo.
Quando as
defesas dos seres humanos estão debilitadas e não são capazes de
combater o mal causado por vírus e bactérias, o organismo se
manifesta e um dos sintomas é o aumento da temperatura do corpo
causando desconforto e muitas vezes nos deixando acamados. Os vírus sofrem
mutações e tentam enganar o sistema de defesa do nosso organismo
só para poder sobreviver mais alguns dias ou horas e acabam
morrendo conosco quando conseguem pôr fim às nossas vidas.
O
homem também é capaz de mudar e esse processo de mudança é
constante e reflete através do desenvolvimento econômico,
social, cultural, político e tecnológico - quando há abuso nessas
mudanças e passamos a agredir o meio ambiente
indiscriminadamente para manter o nosso modo de vida, podemos
ser comparados aos mesmos vírus mutantes que utilizam o seu
desenvolvimento para atacar o nosso corpo.
Muitas ações
dos seres humanos causam apenas pequenos desconfortos, mas
existem outras que são devastadoras fazendo com que as defesas
naturais do planeta atuem para reparar o mal causado, no
entanto, essa reparação é lenta e não consegue consertar os
estragos na mesma rapidez com que eles acontecem.
É quase
impossível viver no planeta sem agredi-lo de alguma forma e
fazemos isso todos os dias quando jogamos lixo em qualquer
lugar, gastamos energia além do necessário, consumimos mais água
do que realmente precisamos, enfim, se não formos
definitivamente conscientes, contribuiremos para a morte lenta
do nosso planeta e se o planeta morrer, morreremos juntos.
Alguns afortunados poderão sobrevier a essa catástrofe e quem
sabe até se transferir para outros planetas para continuar as
suas vidas, da mesma forma que acontece com os vírus quando
conseguem se transferir para um novo hospedeiro.
Hoje, um dos
temas mais recorrentes é o aumento da temperatura global pelas
ações dos gases do efeito estufa, caso de preocupação de todos
os governos mundiais, bem como ONGs que defendem o meio
ambiente. Os efeitos negativos do aquecimento global já podem
ser notados pelo derretimento das calotas polares, aumento dos
desertos, diminuição da diversidade de espécies animal e
vegetal, aumento ou diminuição dos ciclos chuvosos e a
possibilidade do desaparecimento de alguns países que estão localizados
em ilhotas espalhadas pelos oceanos.
Para muitos
o aquecimento
global é uma fábula e não passa de embuste, inclusive é contestado por cientistas que são contrários
a essa idéia, mas o fato é que ciclicamente ou não, há uma
mudança em curso e não sabemos exatamente o que vem pela frente,
até porque, a civilização nunca foi testemunha ocular de algum
evento similar.
Nós sabemos
através do oxigênio aprisionado há milhares de anos nas calotas
polares e no estudo de sedimentos que foram encontrados em
diversos locais, que a terra passou por mudanças como
aquecimento e resfriamento - isso é natural e acontece de tempos
em tempos, só que dessa vez a ação do homem está interferindo e
acelerando processos naturais que levariam milhares de anos para
acontecer.
Desde a Eco92
no Rio de Janeiro, muitas cúpulas climáticas vêm se revezando na
tarefa de encontrar uma saída para frear esse processo, porém
cada vez que alguma discussão é levada a termo, o tema
desenvolvimento é colocado como entrave para que os países mais
poluidores assumam suas responsabilidades.
A COP15 em
Copenhague na Dinamarca onde mais uma vez vários líderes
mundiais tentarão chegar a um acordo pode empurrar
essa decisão tão importante para o futuro ou resolver de vez
essa questão. Dois pontos polêmicos e que mais causam desavenças
são as metas que os países terão que cumprir para a diminuição
dos gases que contribuem para o aquecimento global e a criação
de um fundo financiado pelos países ricos para ajudar os países
pobres a diminuir suas emissões. O documento final que vai sair
dessa conferência climática pode ser um fracasso ou quem sabe
algo positivo, vai depender muito dos países envolvidos. |